Escrevendo, acabo chegando aos outros e descobrindo o prazer de falar só e para muitos ao mesmo tempo. É impossivel falar de risos e lágrimas sem improvisos, e escrevê-los sem reflexão. Espero que o extremo de mim mesma deixado aqui, ajude de alguma forma, a vocês leitores e amigos, entenderem até os sentimentos mais vagos e sufocadores.Aqui, falarei sem ser interrompida por ninguém, e terei o prazer de falar, calar-me, gritar e não deixar ruídos...Sob saltos, é claro!!

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

O que mais eu quero?

Tenho feito essa pergunta e descoberto que a resposta é muito mais deliciosa do que eu imaginava. Não há nada demais em desejar a primeira vez outra vez. O primeiro beijo em alguém que não conheço a primeira caminhada em uma nova cidade, ao lado de uma companhia encantadora, a primeira estréia em algo que nunca fiz. Há alguns dias ando desfazendo as virgindades que carrego em mim, e o resultado?
Estou tendo sensações inéditas todos os dias.
Acredito que o que aflige é morrer todo dia um pouquinho, sufocada nas obrigações de ser melhor.Eu afirmo que a reconciliação com os defeitos e fraquezas, arejar a própria biografia, deixar vazar idéias que não são abençoáveis é uma delícia.

Pensar assim tem feito bem para mim. Já não me sinto tão responsável pelo que acontece ao meu redor. Estou conseguindo compreender e aceitar que não tenho controle sobre as emoções de outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e que também dão certo. A verdade é que eu estou me permitindo ser insignificante. Pelo menos um pouco, e estou adorando.

E na minha insignificância, acordo tarde, falo quando quero, e ignoro quando quero sem dar explicação, converso com estranhos no pátio da faculdade, me divirto fazendo coisas que nunca imaginei, deixei de ser misteriosa para algumas pessoas e me conecto a cada momento com as diversas possibilidades que tenho de existir. E, se surgir a pergunta “o que eu quero mais? A resposta será: “ me escutar e obedecer o meu lado mais transgressor, menos comportadinho, menos refém de etiquetas familiares e sociais, amigos, bolos de aniversário e despertadores na segunda-feira de manhã. E também quero mais tempo livre. E mais abraços. E mais pessoas. E mais beijos. E mais flores.

Pois é, ninguém está satisfeito. Ainda bem.