Escrevendo, acabo chegando aos outros e descobrindo o prazer de falar só e para muitos ao mesmo tempo. É impossivel falar de risos e lágrimas sem improvisos, e escrevê-los sem reflexão. Espero que o extremo de mim mesma deixado aqui, ajude de alguma forma, a vocês leitores e amigos, entenderem até os sentimentos mais vagos e sufocadores.Aqui, falarei sem ser interrompida por ninguém, e terei o prazer de falar, calar-me, gritar e não deixar ruídos...Sob saltos, é claro!!

segunda-feira, março 08, 2010

Lembrança...

Ontem eu lembrei de você com o mesmo carinho de sempre. O mesmo afeto que carrego desde antes, desde que nossos olhos se encontraram pela primeira vez. Senti saudade, e foi a primeira vez que foi bom sentir saudades, saudades de coisas que fazíamos juntos, de tardes em que riamos de tudo que comi¬amos juntos. Saudade das escolhas feitas juntos, das gargalhadas e de nossas intermináveis conversas. Saudade da família que nós e nossos amigos eramos, saudade de caminhar lado a lado, calados, sabendo exatamente o que ambos desejávamos, saudades do caminho até você e até de seu cachorro chato. Não sinto falta do que éramos, não, isso não me abala mais agora, foi tempo, mas a rotina do que tínhamos às vezes me vem assim, em forma de saudade, saudade que foi plantada como uma sementinha, que cresce com o passar do tempo e que aos poucos vai se tornando uma lembrança gostosa, me deixa feliz. Mas entenda você que me lê aqui, me deixa feliz por uma questão não muito lógica, difí¬cil de explicar, quase impossí¬vel de demonstrar. A felicidade que sinto, é na verdade o gosto que tenho ao me olhar no espelho, sem arrependimentos, sem dúvidas e com uma certeza enorme. Eu tenho um caráter inquestionável, decisivo, impulsivo, intenso e honesto. Isso não me faz melhor que ninguém, eu sei, mas me torna diferente de muitos que sentem saudade, saudade voraz, daquelas que queima e apodrece a alma, saudade vingativa que impulsionam as coisas ruins de encontro com a sua vítima e que depois retorna com a dor de um arrependimento terrí¬vel, destes imperdoáveis, que nos fazem chorar e querer um colar feito de corda náutica. Não terei que passar por isso, pois escolhi sentir saudade das coisas boas e entendi que jamais serei a melhor pessoa no mundo, para julgar as decisões que um coração possa tomar. Nem mesmo ousaria julgar o teu coração, mas sei que tua decisão reflete apenas aquele tempo que tem tudo que eu quero esquecer…