Escrevendo, acabo chegando aos outros e descobrindo o prazer de falar só e para muitos ao mesmo tempo. É impossivel falar de risos e lágrimas sem improvisos, e escrevê-los sem reflexão. Espero que o extremo de mim mesma deixado aqui, ajude de alguma forma, a vocês leitores e amigos, entenderem até os sentimentos mais vagos e sufocadores.Aqui, falarei sem ser interrompida por ninguém, e terei o prazer de falar, calar-me, gritar e não deixar ruídos...Sob saltos, é claro!!

sábado, março 27, 2010

Só quem é mulher entende...

Só quem é mulher sabe o que é crescer ouvindo histórias sobre amor eterno e felizes para sempre, e depois descubrir que era história. Só nós sabemos o que é ficarmos loucas pra crescer e depois malucas pra ouvir ‘nossa, você não parece ter a idade que tem’. Entendemos perfeitamente o que é ter birra do cabelo, da gordurinha, da espinha, da celulite e da estria.
Ficamos irritadas quando a franja não colabora ou não temos a roupa que queremos pra ir à festa. Só outra mulher entende que a questão não é a roupa, mas o arraso.Mulher precisa estar impecável, principalmente se o ex ou o atual estiverem lá. Mulher é malabarista: toma conta da casa, do estudo, do namorado, dos amigos , sem contar que o faz em cima do salto, maquiada e até de TPM.
Mulher insiste no erro, o homem errado, a postura errada e seja lá mais o que for. Mas, quando a gente decide fazer o certo, ninguém segura.
Temos cólica, ficamos grávidas, apaixonamos na velocidade da luz e ainda cobram que usemos a razão. A gente chora quando tem vontade de rir e ri quando é necessário chorar. Mulher surta, faz cena, drama e dá birra, mas sabemos agir com sensatez e tolerância quando nos é necessário. Só mesmo nós para entendermos o significado da palavra saudade, chocolate, angústia. Mulher entra em pânico ao pensar: dar ou não dar. E apavora quando dá, arrepende quando não dá. Vai saber.
Vislumbramos ao deparar com qualquer novidade, adoramos um desafio. Temos medo de não sermos boas o suficiente: boas filhas, boas amigas, boas namoradas, boas profissionais, e até mesmo de não sermos boas no sentido figurado da palavra. Aí então nos matamos na academia. Só a gente entende o que é sentir o bumbum rasgando e o professor gritando ‘vamos levantar essa bunda, menina’.
Apanhamos do delineador, do rímel, borramos o lápis e o gloss. Trocamos 50 vezes os sapatos até escolhermos com qual sair, e fazemos poses para máquinas fotográficas.
Choramos nos filmes, beijamos idiotas para esquecermos amores, atacamos o brigadeiro e juramos que a dieta e a academia começam na segunda. Ficamos ansiosas em véspera de qualquer coisa importante, planejamos a rotina da casa inteira, temos medo de não casar,de não termos filhos, mas queremos o doutorado.
Mulher pira de tanto pensar e sentir. Mas, ainda bem que nós existimos, se não fosse essa loucura toda, os homens jamais saberiam o que é sanidade.